sexta-feira, 8 de março de 2013

Olhos Negros - Almeida Garrett (Porto,1799-1854)


Por teus olhos negros, negros, 
Trago eu negro o coração,
De tanto pedir-lhe amores...
E eles a dizer que não.

E mais não quero outros olhos,
Negros, negros como são ;
Que os azuis dão muita esp´rança.
Mas fiar-me eu neles, não.

Só negros, negros, os quero:
Que, em lhes chegando a paixão,
Se um dia disserem que sim...
Nunca mais dizem que não.

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